A eleição de Valéry Giscard D’Estaing como Presidente da República Francesa em 1974 faz cessar a censura, abrindo caminho a novas formas de expressão cinematográfica, permitindo que os cineastas trabalhem os seus filmes sem restrições estéticas que até aí os limitavam.
Assim, nos anos 70, como escreve o Libération, a pornografia, aproveitando essa fugaz abertura, explodiu em França, dando origem a inúmeras produções e impondo uma nova constelação de "estrelas".
(via Libération) |
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Em 1975, todavia, a subtil estratégia de salvaguarda moral é posta em marcha, com a aprovação da legislação que introduz a classificação
X, limitando a distribuição a salas reservadas, aumentando os impostos sobre a produção e
conseguindo, com eficácia, que a pornografia acabasse gradualmente por ser remetida para um gueto de
onde não mais saiu.
No documentário de 2006 “A idade de Ouro do X”, actrizes como
Brigitte Lahaie (imagens via screenrush.co.uk) recordam a “excitação” sentida na primeira vez que “actuaram”
diante de uma câmara.
No documentário, nomes esquecidos como Claudine Beccarie, Martine Grimaud,
Julia Perrin ou Richard Allan vão desfilando como testemunhas de uma estranha
época de liberdade que hoje, por comparação com a realidade quotidiana, nos
parece estranha e incrivelmente inocente.
Assim, nos nossos incongruentes dias, é mais aceitável socialmente permitir que uma criança assista a um filme contendo violência extrema e gratuita (os exemplos ilustrativos desta realidade são demasiado óbvios para que perca tempo a enumerar um sequer) do que nudez e erotismo.
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